Recentemente escrevi um artigo para o portal UOL Carros falando sobre a possibilidade de viajar com motos mais antigas. A matéria gerou bastante discussão e muitos compartilhamentos no Facebook.

Para muita gente o artigo foi a carta de alforria, quase um “alvará” para quem desejava por aquela moto dos anos de 1980 na estrada e ser feliz. Porém, fiz questão de destacar no artigo o quanto a manutenção quase “cirúrgica” é fundamental nesse tipo de empreitada. Tomei como exemplo o motociclista Marcelo Gubert, de Matelândia (PR), com sua Honda Tornado, ano 2007, viajou até o Alasca em 2011. Até aí nada de excepcional, porém a moto já estava com mais de 100.000 km quando ele decidiu fazer a viagem, hoje sua Tornado já passou dos 270.000 km.

 

Só viajar? Não, nada disso tem que ralar muito!

Para o longo desafio ele desmontou totalmente a motocicleta e partiu para uma limpeza e lubrificação de todos os componentes móveis como rolamentos e links de suspensão. A limpeza foi feita com querosene ou gasolina, depois aplicava um jato de ar comprimido e voltava a aplicar graxa ou óleo fino – dependendo da necessidade. Os dutos de cabos de comando (como acelerador ou embreagem) também foram lubrificados e os cabos substituídos.

Em relação ao motor, Marcelo fez questão de eliminar os resquícios de combustível não queimado (carbonização) passando de leve uma escova de latão. As pastilhas e válvulas foram limpas (com pasta abrasiva). Tudo foi medido e alguns componentes substituídos por precaução entre eles a corrente de comando, rolamentos e retentores do pinhão e eixo do câmbio.

Mais de 300.000 km com a velha BMW

Além do relato do Marcelo, falei também com o Eduardo Ralisch dono de uma BMR R 100 GS, ano 1991, que já passou dos 300.000 km e ainda continua na estrada dando muitas alegrias a esse engenheiro apaixonado por máquinas clássicas e longas viagens pela Argentina e Chile.

Na estrada desde 1985, uma paixão sem precedentes

Outro personagem fundamental no artigo foi o meu amigo Tiago Rocha Westphalen, conhecido como Profeta. Ele é um cara prá lá de gente boa e viaja desde 1985 com sua Honda ML que tem o nome carinhoso de “Nicole”. Hoje sua moto já acumula mais de 650.000 km rodados. Com ela Profeta já conheceu muitos lugares da América do Sul e fez muitos amigos. São exemplos que mostram que não importa a idade da moto e sim a sua manutenção. Se desejar leia a matéria completa no UOL.

Autor: Cicero Lima
Fotos: respectivos motociclistas

Fonte: motosclassicas80.com.br