Neste mês, dicas sobre dois assuntos ligados ao bem estar pessoal do motociclista viajante
Alimentação fora de casa
Dificilmente encontrará na estrada aquele tempero com qual está acostumado, por isso procure locais apropriados para suas refeições durante as longas viagens.
Restaurantes mais freqüentados, com maior fluxo de alimentos, provavelmente ofereçam mais higiene e segurança na preparação dos mesmos. Evite comer em demasia, principalmente em lugares muito quentes e se vai pilotar em seguida, pois devido à digestão, poderá ter uma sonolência incontrolável. Tenha em mente na escolha do cardápio, que alimentos não cozidos têm mais chances de estarem contaminados. Diante de pratos exóticos ou diferentes do seu habitual cardápio, não hesite em perguntar a forma de preparo – é possível encontrar comidas muito temperadas ou que tenham substâncias não toleradas pelo seu organismo. Esteja sempre atento à lactose e glúten, no caso de intolerância aos mesmos, bem como o excesso de sal ou pimenta para os hipertensos.
Tenha atenção redobrada com os frutos do mar, que podem não fazer mal aonde você esta acostumado a comer, porem em outras regiões, podem lhe causar diarréias preocupantes. Em caso de duvida, parta para os industrializados – mais vale um lanche saudável do que uma refeição imprópria. Explore nos rótulos o conteúdo dos produtos e confie nas marcas mais conhecidas para uma alimentação alternativa.
Em países vizinhos como Peru e Bolívia, a cultura local não privilegia a higiene no feitio dos alimentos, podendo ocasionar uma diarréia que por si só é indesejável, quanto mais durante uma viagem. Dentro de sua pequena farmácia, leve também um reparador de flora intestinal, além de medicação para o fígado.
Para a hidratação, prefira as águas minerais industrializadas, bebidas esportivas ou em último caso, refrigerantes. O corpo perde uma quantidade significativa de líquidos e sais minerais através da transpiração quando em atividade prolongada. A sede já é um sinal tardio de que está desidratado – o ideal é que a cada parada faça ingestão de pelo menos 500 ml de água ou bebida repositória, como as esportivas.
Tente conter o impulso de “experimentar a gastronomia local”, deixando pra fazer isso quando estiver viajando como passageiro (ônibus, avião, trem, etc.). Ingerir algo que não conheça significa correr riscos desnecessários, ainda mais estando pilotando uma motocicleta a muitos quilômetros de casa.
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Problemas de saúde
As viagens de moto, principalmente as longas, podem acarretar uma série de mal-estares por diversas razões. Evite a automedicação consultando um médico a respeito de remédios que deva incluir em sua bagagem, para seu caso específico.
Seu histórico de saúde é fundamental para definir o que levar – medicamentos de uso contínuo devem ser estocados prevenindo a falta em outras localidades. Casos passados de cólicas nos rins, pressão alta, taquicardia, gastrite ou mesmo sinusite podem complicar qualquer viagem. Para os medicamentos que exigem receita, mantenha sempre consigo a fornecida pelo seu médico, e preferencialmente leve a quantidade de remédio que irá necessitar durante o período de ausência, evitando correr o risco de não o encontrar fora de seu domicílio. Possuir a receita também legitima a posse dos remédios frente a autoridades.
Os males mais comuns estão associados à má digestão, fadiga muscular e febre. Certifique-se de incluir antitérmicos e analgésicos para combater possíveis febres por mudanças bruscas de temperatura, bem como antiácidos para aliviar os problemas da digestão. Pomadas a base de cânfora poderão lhe aliviar se for o caso de ter dores musculares.
Inclua em sua farmácia portátil também itens de primeiros socorros como esparadrapo, algodão, gaze, água oxigenada, anticéptico e curativos, para eventuais pequenos acidentes. Como passamos boa parte do tempo sentados, e ainda assim nos movimentando em cima da moto, o atrito do corpo em várias regiões pode causar todo tipo de assaduras – leve também uma boa pomada para essa finalidade.
Atualize-se sobre possíveis endemias regionais como a malária, dengue ou mais recentemente a gripe do vírus H1 N1 que se manifesta em todo o continente. Em épocas como essa, evite aglomerações, lugares fechados e lave sempre muito bem as mãos. Certifique-se de ter tomado todas as vacinas necessárias e exigidas pelo seu local de destino.
A segurança da assistência de um bom plano de saúde é fundamental – consulte as áreas de cobertura e as carências de seu plano (quando houver) ou ainda, contrate os serviços à parte, visando a cobertura dessa viagem específica.
É recomendável que confeccione um cartão com todos os seus dados médicos, como tipo sanguíneo, alergias conhecidas e telefones de contato em caso de emergência, e o porte em lugar de fácil acesso e visibilidade. Se estiver viajando com mais alguém, dê ciência de onde se encontra essa informação para poder ser assistido em caso de perda de consciência.
Considere fazer um check-up com seu dentista antes de uma viagem longa, evitando ser pego de surpresa por uma dor de dente em lugar que não ofereça infra-estrutura adequada ou profissionais de qualidade para o atendimento.
Tenha em mente que o uso de qualquer tipo de medicamento pode diminuir sua capacidade de reação e raciocínio, evitando pilotar em tal condição. Se for imprescindível, adéqüe sua pilotagem para refletir sua diminuição de capacidade, diminuindo a velocidade e aumentando as distâncias de segurança. Não permita que uma pequena incapacidade se torne uma muito maior por displicência.
A Coluna “Trips & Tips” foi publicada mensalmente na Revista Moto Adventure, desde a Edição nr° 91 (jun/08) até a Edição nr° 142 (set/12) com a contribuição do nosso editor Felipe Ribeiro. Estaremos reproduzindo neste espaço todas as matérias publicadas na época e, progressivamente, revisando as informações e as atualizando. Caso você, leitor, encontre alguma informação que se alterou com o passar do tempo, por favor, nos informe AQUI. Nós da equipe TNE agradecemos!