Há tempos venho notando informações distorcidas nos fóruns / redes sociais acerca das pastilhas de freio, tipos e respectivas utilidades. Objetivando, desta forma, auxiliar o leigo colega motociclista, segue abaixo uma síntese daquilo que acredito ser por ora o mais importante. Vale ressaltar que não sou técnico no assunto, mas, tão somente, um curioso e apaixonado por mecânica de moto, aberto às criticas daqueles que possuem um conhecimento mais técnico sobre o tema.
DESIGN DA PASTILHA
Os desenhos das pastilhas variam entre elas e visam atender às especificações dos encaixes dos mecanismos dos modelos de freio adotados na moto pela empresa fabricante.
Logo, não importa se você tem a moto “YX” de 150cc ou moto “MW” de 1200cc, se o mecanismo for o mesmo, o design da pastilha de freio servirá para ambos os modelos de moto. A diferença estará mesmo no exorbitante preço cobrado por determinados fabricantes quando se trata principalmente de uma moto mais luxuosa, na marca e, evidentemente, no tipo de composição (lembrando que a composição da pastilha não é causa da enorme discrepância no preço da pastilha de freio).
COMO ESCOLHER A PASTILHA DE FREIO
A COMPOSICÃO da pastilha de freio é para mim o ponto principal a ser considerado na compra de pastilhas de freio, juntamente com:
- a) a checagem do manual (obviamente);
- b) a maneira como pilota & custo: “ardour riding”, longa vida, suave, etc.
- c) e se praticante de esporte de enduro, motociclismo, motociclista viajante, etc. Tudo isso afeta o comportamento do piloto ao frear.
COMPOSIÇŌES DAS PASTILHAS
A melhor informação que encontrei sobre as composições das pastilhas de freio foram publicadas pela “Ride Apart”. Segue abaixo:
“Orgânicas” – Feitas à base de celulose e resina “fenólica”, resistente às altas temperaturas. Antigamente se utilizavam asbestos (amianto, etc.) para melhorar as propriedades em altas temperaturas, mas atualmente esses materiais são proibidos. Hoje se utiliza kevlar, fibra de vidro ou fibras minerais em seu lugar. Pastilhas orgânicas tem um bom coeficiente de atrito sob baixos esforços, trabalham bem quando frias, não desgastam muito o disco de freio, são baratas e quase não produzem barulho. Por outro lado desgastam-se mais rápido, vitrificam mais facilmente e tendem a criar uma camada relativamente grossa óxido sobre o disco. São mais indicadas para uso urbano, sem compromisso com alto desempenho. São as mais comuns no mercado paralelo.
“Metálicas/Semi-Metálicas” – pastilhas têm, tipicamente, latão, ferro ou bronze adicionados à resina para aumentar o coeficiente de atrito em altas temperaturas e a resistência mecânica do composto. Normalmente são pastilhas excelentes para o uso no dia-a-dia de motos maiores. O metal adicionado gera maior desgaste do disco de freio, algum barulho na frenagem, custo um pouco maior que as orgânicas e menor atrito quando fria, mas suas qualidades as estão tornando padrão no uso diário e de alta performance.
“Sintetizadas” – Estas pastilhas são feitas de uma mistura de metais em pó, tipicamente bronze, latão, cobre, ferro e cerâmica – estes últimos voltados para altas temperaturas, moldada em alta temperatura e pressão, tornando-se um bloco sólido e relativamente homogêneo. Podem ser formuladas para funcionarem melhor a baixas, médias ou altas temperaturas, porém usualmente tem comportamento apenas mediano quando frias. Também dependendo de sua composição podem ser mais ou menos agressivas ao disco. É a tendência da moderna indústria motociclística.
“Carbono” – Pastilhas de carbono para motos não são como as utilizadas em carros de fórmula 1, ônibus espaciais ou caças a jato. Não são de fibra de carbono também. São, isto sim, pastilhas semi-metálicas que tem carbono em sua resina, de modo a aumentar sua eficiência em altas e baixas temperaturas. Muitas tem o desempenho a frio de boas pastilhas semi-metálicas e a quente de metálicas/sintetizadas acima da média. Também variam o grau de agressividade ao disco de freio em função de sua formulação, exceto pelas pastilhas de carbono produzidas exclusivamente para corridas – estas muito agressivas. É o melhor dos dois mundos! Mas tudo tem um preço e esta não é uma exceção, e literalmente o preço é alto, em reais. Outro inconveniente é a grande produção de um pó preto, não corrosivo, mas que faz muita sujeira, como grafite em pó… “
**Fonte Ride Apart.
Dispondo de toda esta informação, agora é encontrar a empresa que produza pastilhas de freio para a sua motocicleta, com preço mais competitivo, e que satisfaça a sua necessidade. Para mim, a pastilha orgânica tem me atendido muito bem – eu a uso na moto KTM 990 Adventure. Pratico off road em condições extremas onde requer bastante frenagem. Além do custo mais baixo, o modelo orgânico me permite uma frenagem forte e segura, não gasta rapidamente, me permite maior conservação dos discos, podendo ainda ser usado em ambientes de temperaturas diversas.
Autor: Erivan Avellar
Fotos: Internet